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O mercado está aquecido há muito tempo para este setor, mas as visões limitadas e vieses preconceituosos podem acabar sendo projetados, reproduzidos, perpetuados, o que não é desejável para a sociedade como um todo, principalmente nos dias atuais. A dificuldade se inicia no recrutamento, que ainda possuem processos arcaicos, com informações e procedimentos antigos, sem organização, alimentando o cenário de desequilíbrio e desigualdade ainda maior entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Mas isto tem mudado. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a representatividade feminina na área de TI teve um aumento de 60% nos últimos cinco anos. Embora os números enfatizem uma tendência de melhora, as mulheres ainda estão sujeitas a enfrentarem preconceitos ao ingressarem no setor. Isso se dá pela herança cultural transmitida de geração para geração, em que a mulher é melhor considerada para capacidades emocionais do que lógicas.
Esse é, justamente, o grande desafio enfrentado pelas mulheres que atuam em TI, pois elas precisam romper com esses paradigmas diariamente, já que são expostas a situações de discriminação. Segundo especialistas da área, em relação à carreira, é importante que a profissional da área de TI esteja atenta não só às mudanças das tecnologias da informação e comunicação, linguagens de programação e outras especificidades técnicas da área, mas estejam igualmente atentas às tendências de negócio, mudanças de comportamento e sociais, buscando novas maneiras de aplicar seus conhecimentos e habilidades para atender as necessidades e demandas, tanto das organizações quanto das pessoas.
O mercado de TI trabalha com uma vasta abrangência de serviços que compõem o seu desenvolvimento, e sempre está buscando pessoas capacitadas para o setor. Contudo, não são todas as empresas que reconhecem a importância de se investir na diversidade de gênero para as áreas de atuação, trabalhando a educação e inclusão, a fim de promoverem melhores resultados operacionais. E por todos estes desafios que a carreira traz, desde a seleção, faz com que muitas não optem pela área. Entretanto, o universo da tecnologia é uma excelente oportunidade para que a mulher possa se desenvolver profissionalmente, além de proporcionar uma maior flexibilidade para àquelas que desejam conciliar a vida profissional e materna de forma que nenhuma das partes fique em segundo plano. Uma comprovação disso é que o setor de tecnologia está em plena fase de ascensão e aumentando a demanda por contratação de profissionais para atuarem principalmente no desenvolvimento de softwares e análises de processos e sistemas. São setores que ainda estão carentes de uma maior participação feminina.
Embora a presença das mulheres esteja gradativamente aumentando neste setor, tornando menos incomum vê-las ocupando vagas não somente administrativas, mas também de desenvolvimento e gestão, espaços antes destinados exclusivamente para homens, ainda é necessário reforçar algumas mudanças para corroborar para uma transformação na área. É importante que as empresas invistam na diversidade de gênero a fim de trazer exemplos e ajudar no despertar daquelas que possuem vocação para o segmento e se sentem desencorajadas. É necessário reforçar que a sensibilidade feminina, antes não plausível para a área, vista como uma fraqueza, agora é tratada como uma habilidade. Para ser uma boa profissional de TI, não se deve deixar essas características femininas de lado. Ao contrário, elas precisam acreditar em suas habilidades e competências, sem a exigência de uma perfeição inexistente.
E muitas empresas estão ofertando cursos de capacitação gratuitos para mulheres, para aumentar a participação delas cada vez mais no mercado de tecnologia, como a iniciativa da Google, ElasnaIA.
O mercado de TI está aquecido e falta mão-de-obra. É a hora das mulheres mostrarem que o lugar delas é onde elas bem quiserem.